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terça-feira, 3 de novembro de 2009

E depois??

Este domingo assisti à minha primeira Ópera ("Orquídea Branca") e foi como sempre imaginei ... vozes grandiosas, uma orquestra a acompanhar (como antigamente, nos filmes mudos), guarda-roupa sumptuoso e uma história de amor de derreter o coração e deixar-nos com uma lágrima escorregadia no canto do olho ...
Uma Ópera que, para mim, foi magnífica e que contava a paixão proibida entre uma princesa e um jardineiro no século 19 ... no fim, saí do Teatro algo triste pelo infortúnio dos amantes, e a matutar sobre o impacto das diferenças sociais na nossa actualidade.
Quando abordei este tema no "Acreditar sempre no Final Feliz", não fui lá muito positiva, na altura acreditava haver barreiras inultrapassáveis ... mas entretanto, o tempo passou e vivi mais :)
Conheço quem defenda acerrimamente que há diferenças que não se conseguem esbater nem diluir, por mais forte que seja o sentimento, seja pela classe social, idade, credo ou nacionalidade ...
Para alguns enamorados, há barreiras que dificultam a aceitação de quem os rodeia, ou mesmo o entendimento mútuo, reconheço, mas ... e depois?
E pergunto isso, porque tenho a sorte de chamar "amigos" a um casal excepcional, e que por acaso, não partilha a nacionalidade ... o que acarreta a que nem sempre entendam exactamente o que o outro quer dizer, e a que de vez em quando, haja piadas que simplesmente nem vale a pena tentar explicar mas ... e depois??
Há gestos que nunca precisaram de palavras para traduzir um puro e sincero afecto, e basta olhar para eles uma única vez para constatar que, apesar da barreira linguística, partilham tanto, com tão pouco ... um olhar embevecido ... um encostar de testa preguiçoso ou uma carícia na nuca depois de um dia de trabalho ...
E será necessário saber inglês ou espanhol para entender um "amo-te" sussurrado num singelo piscar de olhos?
Apesar do que disse em textos anteriores, acho que a chave é sentir mais e pensar menos ...

Numa sociedade onde cada vez é mais difícil encontrar pessoas de coração aberto, quem é que se achará no direito de criticar e apontar o dedo a um casal só porque ela é mais alta (ou gorda) do que ele, ou porque ele tem dez tatuagens e ela nem furou as orelhas?
Quero acreditar que o Amor não escolhe caras ou corpos ... preferindo gargalhadas, actos de bondade e uma leveza de espírito ...
Quero acreditar que o Amor se ilumina a cada abraço generoso e a cada beijo descolado da alma ... e que não olha para carteiras, diplomas, sotaques, ou BI (a menos que a pessoa em causa seja menor, hehehe) ...

Num mundo em que prolifera a ironia, a desconfiança e a maledicência, deixemos os preconceitos de lado e vamos acreditar que, às vezes, o Amor vence mesmo tudo :)

1 comentário:

  1. "O Amor vence mesmo tudo"... não vence, mas ajuda à vitória!

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