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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Amar para ser Feliz?

Li há tempos um artigo que inquiria sobre a importância que o amor tem na nossa felicidade, questionando se temos de amar para atingirmos o "nirvana" ...
Uma das entrevistadas defendia a teoria de que "actualmente o amor é encarado como a solução milagrosa para todas as dúvidas do ser humano e que o facto é que acaba por ser grande fonte de stress para a maior parte das pessoas".
Até concordo, porque se pensarmos bem no contexto da sociedade portuguesa, quando alguém está solteiro e se assume feliz (principalmente nós, mulheres); namora há mais de 10 anos sem casar ou diz que não faz grande questão de ser mãe/pai, é logo apontado como um membro desviante da sociedade.
Vou ser mázinha, mas a sorte das 4 meninas do "Sexo e a Cidade", acima dos 40 anos, solteiras, independentes e realizadas, é que viviam na "Big Apple", porque no nosso país seriam prontamente apelidadas de "solteironas que vão ficar para tias" ... hehehe
Reflictam no que o artigo adianta: "Imagine alguém dizer que é contra o amor. É considerado um herege. As propagandas, as novelas, os filmes, os conselhos dos parentes, tudo contribui para promover os benefícios do amor. (...) E quando cai por terra a expectativa do romance e da atracção sexual eternos, surge a pergunta "o que há de errado comigo?" ...
Não podia estar mais de acordo, já que eu, que nem 30 anos tenho, depois de algumas negas e desilusões (e apesar de saber que sou boa rapariga), começo a pensar se o problema não estará em mim, se sou eu que tenho de mudar e adaptar-me a uma sociedade de relações "fast-food", em que ser genuína e dizer o que penso não são as características mais desejadas.
Será justo a sociedade apontar o dedo a quem não tem os mesmos anseios e prioridades do que a maioria da população? Desde quando é que pensar diferente é estar, à partida, errado?
O que vale é que, conforme vou constatando, as mentalidades estão a mudar, e as pessoas vão-se apercebendo de que o casamento nem sempre é a garantia de um "final feliz", e que as rotinas do dia-a-dia, os feitios difíceis e as discussões depois de um mau dia no trabalho dificultam o romantismo e o manter da "chama da paixão" acesa ...
Viver juntos, em união de facto, começa a ser uma alternativa igualmente viável, com os mesmos direitos e menos chatices ...
Ainda assim, e independentemente do nosso estado civil, penso que o maior problema de muitos casais é projectarem a sua felicidade na outra pessoa, responsabilizando-a por isso e lavando as mãos dessa função ... assim, se não estão bem, a culpa é sempre do outro ...
Por mim, assumo que sou feliz solteira, mas sei que consigo ser um bocadinho mais (um bocadinho grande!), se tiver alguém para partilhar os meus pequenos e grandes momentos de "bliss" :) mas primeiro tive de alcançar a tranquilidade interior que me permite estar numa relação de forma saudável, respeitando o espaço da outra pessoa, sem pressões e inseguranças ...
E antes de começarem a pensar que estou contra o casamento, trago boas novas!
Segundo o "The Sunday Times", os cientistas descobriram o amor verdadeiro!
Durante uma pesquisa, e submetidos a exames ao cérebro, uma pequena parte dos casais avaliados demonstrou a mesma paixão ao fim de 20 anos de casamento, à que experimentaram no início da relação ...
Isto vem baralhar os dados e o que até agora era tido como certo: o amor e o desejo sexual conhecem um pico no início da relação e diminuem com o decorrer do tempo.
Segundo este estudo, há efectivamente alguns sortudos que conseguem experimentar o Amor para toda a vida :) Mas alguém tinha dúvidas? Eu não ;)
E neste fim-de-semana em que comecei a escrevinhar este lindo texto, convivi com um casal que está junto há quase 40 anos, um casamento em que são evidentes o carinho e a cumplicidade, mas também a honestidade (não têm pruridos em dizer o que pensam) e o mais romântico de tudo é quando ela o chama de "marido", como se esta fosse a palavra mais terna, a mais importante do dicionário, e a que resume tudo o que um amor de tantos anos deve ser ...
Resumindo, penso que o segredo poderá ser deixarmos de ver o amor como a solução para todos os problemas e frustrações, uma escapatória, mas como um prolongamento da nossa felicidade ...
Eu acho que estou no bom caminho, pois como alguém já me disse um dia, vou encontrar o "Big Love" porque eu acredito ... e apesar dos trambolhões, a minha crença no mais belo sentimento do mundo continua inabalável e incansável :)

2 comentários:

  1. Isto não é “fast-food” ou “comida mediterrânica” ao contrário de um restaurante não se pode optar, isto no amor é mais do tipo acontece ou não. A pressão existe é dentro nós, pois não gostamos parecer diferentes dos outros, até no caso do “sexo e na cidade” elas acabaram por se “render” por volta dos quarenta, com excepção da Samantha, claro! Bem como dizia o Vinicius de Moraes a grande vantagem de estar sozinho é poder utilizar a casa de banho de porta aberta e isso manifestamente pouco!

    Bjs

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  2. ...Pensava que era a de poder deixar a tampa da sanita aberta! :p
    lol

    Mas agora fazendo um comentário mais sério.... é verdade que muitos dos problemas do casal surgem porque um dos parceiros espera que o outro faça tudo pela relação, e que seja o amortecedor de todas as pedrinhas do caminho... Há também casos do exacto oposto, em que todas as questões são resolvidas com um sacudir a agua do capote. Enfim... cada caso é um caso, mas que podemos pode agrupar em esterotipos, podemos.
    Quando ao decrescimo da tensão sexual... é triste mas essa só deveria decrescer com a menopausa / andropausa. É aceitável um decrescimo momentâneo devido a condições externas impostas ao casal, stress no trabalho, filhos, etc... mas isso deveria ser combatido em medida certa no momento certo. Um fim de semana a sós, num sítio novo. Um jantar romântico onde a "lady" possa sentir-se como tal, e o "gentlemen" possa agir como tal apesar de estar com uma pontada desde o início do jantar.... :p
    enfim... ideas não falta. E se faltar, google!

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