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domingo, 25 de janeiro de 2009

A Cegueira do Amor ...

No outro dia colocaram-me uma boa questão ... com o que é que sonha um cego que nunca viu?
E vai daí, fiquei a pensar nos vários tipos de cegueira, não só a visual, mas a do coração ...
Lembram-se dos óculos com lentes da cor do arco-íris, que colocamos quando nos apaixonamos? Pois, eles fazem-nos ver tudo muito mais colorido, mas também nos toldam a visão ... aquelas cores todas ofuscam-nos e é por isso que, quando a nossa cara-metade nos começa a negligenciar, as lentes não nos deixam ver claramente ... não deixam ver o desinteresse, o egoísmo, a falta de tacto e do brilho nos olhos que antes era tão frequente ...

E por essa verdade ser tão dolorosa, percebermos que estamos com alguém que não nos ama da mesma forma, lá deixamos que a Cegueira do Amor se instale e se acomode ...
A verdade é que, bem lá no íntimo, sabemos quando a relação já teve melhores dias ... mas estes óculos "maravilha" teimam em mostrar-nos um mundo diferente, uma ilusão de que as coisas parecem bem melhores do que efectivamente são ... e assim, continuamos a insistir numa relação com o prazo de validade expirado.
É uma questão também de orgulho, não queremos admitir que o relacionamento não está a resultar, é difícil aceitar que também falhámos, principalmente depois de tudo o que investimos e lutámos ...
E assim, dia após dia, aturamos atitudes e situações que nos rebaixam, ferem até ao fundo da alma e nos deixam a auto-estima ao nível do chão ... mas aguentamos e cara alegre, apertamos os óculos "maravilha" com mais força na cara, e aquietamos o nosso coração com mais uma desculpa esfarrapada, é mais fácil assim ...
Acontece é que os óculos até podem ser fabulosos na visão deturpada que nos dão da realidade, mas não enganam o coração, que vai ficando pequenino e se vai esvaziando do sentimento ... e um dia acordamos, e não nos apetece voltar a olhar o arco-íris pelos óculos "maravilha" ... e preferimos encarar a verdade, por mais penosa que seja ...
É aí, meus amigos, que começa uma nova vida ... recomeçar exige um lavar de alma, uma reavaliação das nossas prioridades e muita coragem para dar uma nova chance ao Amor (ainda que com alguns remendos no coração), mas acredito que vale a pena ... vale sempre a pena, só temos de voltar a acreditar :)

P.S.: Deixei para o fim a resposta à pergunta sobre a possibilidade dos cegos de nascença conseguirem sonhar ... ficaram curiosos, certo? Pois bem, um estudo publicado por cientistas portugueses proporcionou o primeiro indício de que pessoas sem experiência visual podem sonhar com imagens, pois são activadas partes do córtex cerebral que controlam essas representações. O mais fantástico é que, se essas conclusões estiverem correctas, essas imagens surgiriam em consequência de estímulos tácteis e auditivos. E esta, hein?

4 comentários:

  1. Olá! O ‘look’ a Beatriz Costa assenta-te realmente bem. Em relação à nossa conversa, não se trata de dizer bem ou mal dos homens.
    Penso que, por vezes, tem piada caricaturar as diferenças que nos separam mas também nos unem. Acredito piamente que se homens e mulheres se esforçarem conseguem criar um fenómeno inexplicável: o amor.
    O amor exige trabalho e dedicação diária, exige verdade e muito diálogo aberto e franco. Sim, e por vezes, há que por os óculos dourados ou mesmo fechar os olhos a algumas falhas.
    Disse que um problema dos homens é a falta de concentração, uma falha que se acentua quando o tema são as lides da casa, uma ida conjunta ao centro comercial ou a escolha da cor das cortinas novas. É uma caricatura, mas convenhamos: que homem nunca se desculpou com a frase “a sério, querida, juro que não te ouvi...” Os homens divagam, as mulheres são de Vénus.
    Bjinhos: Patrícia

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  2. O Amor é, definitivamente, cego. Não é com uma atitude, de quem tudo vê, que basta por uns óculos cor arco-íris e pensamos que amamos. É uma acção muito activa, aquela de quem não acha que a relação está bem, assentar um género de filtro e desejar que com o tempo tudo melhore.
    Mais vale sermos humildes e vermos que as projecções que lançamos no nosso parceiro podem não ser, efectivamente, as mais práticas. Num género de disputa de personalidades, assim se vive uma relação a dois; "reclamando" ao parceiro aquilo que achamos correcto e descurando aquilo que, para nós, é errado.
    As nossas experiências de vida podem ser traiçoeiras no modo como entendemos as relações, pois viciam os resultados. Mas, se abstrairmo-nos de todas essas vicissitudes é óbvio que só põe os óculos quem já reparou que a relação estava mal, de acordo com os seus ideais.
    Por isso quem não ama, ou não tem essa capacidade, que estabeleça à priori metas, objectivos e ideais, para que no fim tudo não resulte num divórcio...
    Ou compreendemos ou toleramos, para que a ignorância não prevaleça.

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  3. Neste aspecto prefiro as palavras de um Rabi americano "O amor não é cego, ele vê mais. E por ver mais está disposto a ver menos."
    A frase do amor é cego sempre foi aplicada no contexto de avaliação das características exteriores dos amantes, mas na verdade a sua intenção inicial era de retratar os defeitos mais interiores.
    E é aí que prefiro a versão do rabi. Foi assim que apaixonei-me pela primeira vez e sempre assim desde então.
    Não quero referir-me a nenhuma (ex)namorada em particular, mas sim... quando estamos apaixonados, enamorados vemos os seus defeitos, mas as suas qualidades são tão mais atraentes que escolhemos ignorar os defeitos.
    O problema e a desilusão aparece quando afinal as qualidades e o que nos fez apaixonar pela primeira vez já não se aplicam ou já não nos parecem tão importantes...

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  4. A insatisfação faz parte da natureza humana e por isso aquilo que era perfeito hoje, amanhã deixa de o ser.
    Não quer dizer que seja pior, é apenas diferente.
    Da mesma maneira que todos temos formas diferentes de expressar o nosso amor. Não quer dizer que não se ame, ama-se à nossa maneira.

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